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domingo, 27 de outubro de 2013

Quando o pombo é o mais legal

Esse domingo estava incrível. Muito sol gostoso. Bom para passear com a família.
Pois bem, almoçamos junto com minha mãe e, depois, fomos fazer um passeio que há muito adiávamos por diferentes motivos: muito calor, muito frio (Curitiba, né!!!!), Alice com sono, mamãe ou papai cansados.... enfim, ontem deu certo.
O grande programa era....
ir ao Passeio Público. Muitos podem ficar decepcionados, mas eu e meu marido queríamos muito ir lá porque esse lugar ecoa nossa infância. Trata-se dos tempos bons do Passeio, quando íamos até lá com os nossos pais, dávamos pipoca aos macacos (não deprimidos como Raul Seixas) e, depois, quem sabe, dava para dar uma voltinha no Mueller (único shopping de Curitiba na época). Enfim, era um passeio divertido para uma criança.....
O problema é que o Passeio Público perdeu muito do seu charme. Ficou abandonado, virou ponto de drogas e de prostituição por um bom tempo. Mas, agora, foi revitalizado e voltou a ser o que era. Claro que, na lembrança da gente é sempre melhor. Mas, enfim, nem tudo é perfeito.
O fato é queríamos levar nossa pequeninha lá. Ela adora bichos de todos os tipos: passarinho, vaca, ovelha, sapo,... ela se encanta. Então, queríamos ver a carinha dela ao ver os tucanos, as araras, os macacos, todos de pertinho.
Chegamos lá e os primeiros bichos que ela viu: os pombos. Aos montes, soltos, comendo pipoca, voando e pousando livremente. Ela ficou louca. Imagine quando chegar nos bichos legais, pensamos.
Pois, então, chegamos nas araras, NADA, nos tucanos, NADA, no urubu rei, NADA. Ai, que decepção... Ela nem olhava, fazia uma cara de indiferença, não sorria, não chamava, não queria pegar. Então tá, né. Ficamos mais um pouquinho e resolvemos voltar para casa por causa do sol. De repente, já indo em direção à saída: mais pombos. De novo aquela euforia. Ela, definitivamente, ADOROU os pombos. Confesso que ficamos meio decepcionados. Esperávamos para ver a reação dela na frente dos outros animais, afinal, pombo tem em qualquer lugar.
Bem, depois fiquei pensando no que se passava na cabecinha da minha menina. Claro, pode ser que tudo seja obra de “corujisse” de mãe. Mas, eu tirei algumas conclusões:
Moramos em uma pequena chácara, a Alice está muito acostumada a ver bichos. Desde sempre. Sua maior diversão é ver as vacas, por exemplo. Porém, todos os bichos que ela vê estão soltos. As vacas estão presas, mas em um lugar muito grande, elas têm liberdade para caminhar o quanto quiserem e quando vamos vê-las, só conseguimos se elas forem até nós, ou seja, elas não ficam presas em um cubículo esperando até que alguém chegue. Nós temos que espera-las e contar com sua boa vontade.
A mesma coisa acontece com os carneiros, eles ficam completamente soltos, procurando grama para comer. Os passarinhos, nem se fala. Tem um monte, mas todos soltos. Eles só passam voando e cantando na nossa cabeça. E assim com os sapos, formigas, vagalumes, besouros,.... Toda essa diversidade deixa a Alice louca. Ela adora ficar esperando o joão de barro sair da sua casa encima do poste e cantar.
Bom, o que quero dizer com tudo isso? Pode ser que ela, no alto dos seus quase doze meses, percebeu que aquelas aves (tucanos, araras, urubu,...) ali presas não tinham graça nenhuma. Presas em cubículos de 9 ou 10 m2. Como assim? Elas não voam, não cantam, ficam ali o dia inteiro. Realmente, pensando por esse lado, NÃO TEM GRAÇA NENHUMA. Talvez, minha pequena filha tenha percebido algo de triste naquilo e, por isso, ficou tão encantada com os pombos. Eles sim podiam voar, andar, ficar onde quisessem durante o tempo que quisessem. Esses sim eram pássaros. Não eram estátuas vivas, expostas para apreciação.


Apesar dessas constatações, não quero fechar com um clima de tristeza porque, afinal, aprendi uma grande lição com minha filha em um domingo ensolarado.
Minha pequena Alice de um ano de idade me ensinou que: mais vale ser um pombo livre do que um pavão encarcerado!!!!!!
Boa semana!!!!Grande Sorriso

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